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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cresce compra de previdência infantil.

Maior rentabilidade e ausência de produtos financeiros específicos no setor incentivam pais a investirem em fundos

Buscar tranquilidade financeira na velhice não é mais privilégio de quem está no mercado de trabalho. É cada vez maior a quantidade de pais que investem em fundos previdenciários para os filhos.

Somente nos últimos três meses do ano passado, a captação da modalidade bateu na casa de R$ 1 bilhão. Para se ter uma ideia de como a procura pelos fundos de previdência particulares infantis aumentou, o mesmo produto captou R$ 3,3 bilhões durante todo o ano de 2009, conforme levantamento da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).

Um dos motivos que alavancam os contratos, oferecidos tanto por bancos quanto outras instituições financeiras (seguradoras, por exemplo) é a ausência no país de plano de investimento voltado especificamente para garantir o financiamento educacional dos jovens.

Desta forma, apesar de tramitação de projeto de lei no Congresso sobre a possibilidade de criação de um plano nesses moldes, muitos pais investem nos planos previdenciários quase sempre com vistas ao saque muitos anos antes dos filhos sequer pensarem em colocar o pijama e sim para garantir um pé de meia ainda para o ingresso no mercado de trabalho.

Mãe de Pedro e Letícia, com 10 e 5 anos, respectivamente, a analista educacional Lúcia Helena Tragante optou por um plano previdenciário privado para alicerçar financeiramente a vida universitária dos filhos. Nossa intenção é assegurar recursos para a educação , frisa. Ela conta ter optado mediante indicação de amigos que já eram clientes de investimentos semelhantes.

Conversando com amigos e ao compararmos com o rendimento da poupança, por exemplo, percebemos que é uma opção muito atrativa , acentua Lúcia, cliente há dois anos de plano previdenciário privado oferecido por instituição bancária.

Potencial de ganho

Mesmo que, ao atingir a maioridade, o beneficiário não necessite de recursos para estudo ou custeios extras, os planos também são atrativos, incentiva Evandro Baldin Dias, superintendente regional do Banco do Brasil.

Os ganhos acima da caderneta de poupança cujo rendimento mensal não ultrapassa a faixa dos 0,7 % - são incentivo para utilização do plano previdenciário que pode ser alheio, necessariamente, à aposentadoria propriamente dita. O dinheiro (no momento do resgate) pode também ser convertido em outras aplicações ou finalidades. Com a reserva feita pode-se obter uma renda fixa por mês até que ela se esgote , exemplifica. Ou ainda há a transformação da reserva em nome do beneficiário quando ele atinge 18 anos. A partir daí, ele pode continuar a contribuir por conta própria , acentua.

Não há idade mínima para o beneficiário, sendo que o menor valor exigido para as aplicações mensais - feitas por meio de débito automático em conta corrente, evitando inconstância nos depósitos, frequentes em outros planos, como a poupança por exemplo é de R$ 25, explica o superintendente do Banco do Brasil na região de Bauru.

O rendimento desses produtos, no ano passado, foi de 18%, contabiliza o economista Kleber Luiz Nardoto Milaneze. Professor da Economia nas Faculdades Integradas de Bauru (FIB), o especialista acentua ainda que a taxa de rendimento é maior nesses planos porque parte do capital injetado é revertido, pela própria instituição financeira, em fundos variados.

Entre eles, destaca, está o próprio mercado de capitais ou em títulos do governo, com maior garantia. Geralmente há muita aplicação em Letras do Tesouro Nacional (LTN) e outra parte do saldo aplicada em carteiras de ações privadas , especifica o economista que alerta a pais interessados em contratar algum plano de previdência privada para os filhos: o primeiro item a ser considerado é o quanto pesarão as parcelas. Além disso, muito cuidado com a venda casada , adverte, sobre a contratação de produtos adicionais.

Contudo, nem todos os itens contratados em anexo são supérfluos. Nas instituições bancárias, geralmente, os planos são vendidos junto a uma espécie de seguro de vida.

Em caso de falecimento do responsável durante o período de contribuição, o banco, acentua o superintendente regional do Banco do Brasil, arca com o restante das parcelas até que o beneficiário complete 18 anos. O banco continua pagando. O seguro é embutido nas prestações , acentua.

Dá tranquilidade, por isso os pais procuram , credita. Porém, quanto mais novo o beneficiário, ressalva, maior a porcentagem descontada para o seguro. Para crianças muito novas, é tirada uma fatia maior para cobrir o benefício de risco que, na realidade, é um seguro de vida , compara. Esse é o grande diferencial (em relação aos planos de previdência privados convencionais). O outro é o menor valor. Enquanto que num plano tradicional o mínimo de contribuição é de R$ 60 este é de R$ 25 , diferencia.

Temor do INSS

Outro grande motivo da maior procura pelos planos privados de previdência, sejam infantis ou convencionais, aponta o superintendente do Banco do Brasil na região de Bauru, Evandro Baldin Dias, é um temor por saturação da Previdência Social do INSS. Ele justifica essa possibilidade com o próprio aumento da expectativa de vida média do brasileiro. Em média, de acordo com o senso 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quem nasce hoje no País chega, no mínimo, aos 73 anos. Na década de 1980, a expectativa era dez anos menor.

Ou seja, quanto mais gente envelhecendo, maior o número de beneficiados pela seguridade social. Isso provoca a gradual prorrogação do tempo mínimo de aposentadoria. Para se aposentar por idade, no Brasil, um homem precisa ter, no mínimo 60 anos enquanto que as mulheres, por lei, só podem requerer o benefício a partir dos 55.

A tendência é cada vez maior do aumento da expectativa de vida. Se as pessoas vivem mais, elas se aposentam e usufruem mais benefícios do INSS. Por isso que cada vez se trabalha mais. Antigamente, quem começava a trabalhar com 14 anos pagava por 30 e aos 44, 45, já estava aposentado. Hoje quem entra no mercado vai se aposentar muito mais tarde do que quem já está , observa.


Fonte: Seguro em Pauta
APPV.

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