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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Mercado de seguros contra desastres naturais ainda é pequeno no Brasil

A tragédia na região serrana do Rio ilustra a falta de cultura de compra de seguro no país, tanto pelos governos como por pessoas físicas.

Apenas cerca de 10% dos domicílios no país são segurados, segundo empresas do setor. Por parte dos Estados, além de patrimônios, não se fazem contratos de seguros para cobrir extensas áreas.

Os recentes deslizamentos devem contribuir para o aumento da demanda.
"Não há no Brasil o conceito de governos contratarem seguro para catástrofes por mudanças climáticas, até porque o país não tem históricos de eventos como furacões, ciclones e terremotos", diz Marcelo Elias, da Marsh.

Já há no Brasil multinacionais que fora do país atuam com modelos de apólices para esse tipo de cobertura, de acordo com Elias. Mas, para vender aqui, os valores seriam adaptados à realidade brasileira.
"Os estudos levam em consideração o risco e o potencial de gravidade. Uma coisa é um evento desses na Austrália, com um governo que prevê e alerta a população, outra coisa é aqui."

Rolf Steiner e Nikhil Victoria Lobo, executivos da Swiss Re, citam casos em que a empresa atuou para a cobertura de desastres naturais com a participação de governos no México, no Haiti por governos do Caribe, e nos Estados Unidos, no Alabama. Os recursos podem ser investidos em custos emergenciais, socorros, reconstrução e infraestrutura.

Sinistros ficam abaixo do esperado

As seguradoras prepararam esquema especial para vítimas das chuvas no Rio de Janeiro, mas o registro de sinistros está abaixo do esperado, segundo as empresas.
"A soma de sinistros não é tão grande, pois há locais sem luz", diz Edison Kinoshita, diretor da SulAmérica .

"As pessoas ainda não se mobilizaram para fazer os pedidos", afirma Ney Dias, diretor da Itaú Seguros, que disponibilizou telefone exclusivo para seus clientes.

Em Nova Friburgo, os guinchos da Porto Seguro recolhem todos os carros sob escombros, porque não dá para identificar quais são segurados, segundo o superintendente Milton Oliveira.

A Allianz repetiu a ação adotada nas enchentes em Blumenau (SC), em 2008, e renovou até 27 de janeiro os contratos que acabavam a partir do último dia 12.

"Clientes e corretores podem ter perdido documentos", explica o diretor-executivo de sinistros, Laur Diuri.

A empresa enviou despachantes para a região serrana, assim como a Bradesco Seguros, para ajudar clientes a obter novos documentos.


Fonte: Folha de S.Paulo

APPV.

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